segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

QUEM SOU EU



Eu sou anterior ao Tempo
Ancestral dos Ventos, 
da Terra, da Água,  do Fogo
e do Éter eterno.

Eu sou anterior ao nada
Geradora e Nutriz da Vida.
Sou o Amor Incondicional que se propaga
Incessante como as ondas.

Eu sou Aquela que pôs a roda em movimento
No eterno  ciclo de nascimento,
crescimento e fenecimento. 
E em Meu Útero fomento 
Elaboro o renascimento. 

Eu sou Primavera e sou Verão
Sou Outono e sou Inverno. 
Estou nos que nascem, crescem e abundam
No que é raro, no que é escasso e no que é deserto.

Sou a Donzela plena de potência
A Mãe que gera e nutre de si própria
A Anciã dona dos segredos da noite
A Ceifadora Senhora da morte.

Sou também o recomeço
Na incessantemente espiral cósmica
Inspiro e expiro
Estou viva!

Aqui é ali
dentro e fora
de cada criatura
e de toda a Criação!
Se quiser saber de Mim
Procure em seu coração!

Marco Cruzeiro



Oração dos Índios Navajos

"Caminho com a beleza diante de mim
Caminho com a beleza atrás de mim
Caminho com a beleza ao meu lado
Caminho com a beleza acima de mim
Caminho com a beleza abaixo de mim
Caminho com a beleza dentro de mim
Procuro, vejo e louvo a beleza em tudo que existe. "

In : O Legado da Deusa, Mirella Faur. RJ : Record : Rosa dos Tempos, 2003.


Você já Ouviu o Silência

Você já ouviu o silêncio?
Dentro dele tanto a escutar!
O farfalhar das árvores ao vento!
A água do riacho a borbulhar!
O eco perdido do tempo!
A mudança da fase lunar!
O murmúrio das flores crescendo
As ondas de calor solar!
O sussurro do Amor sereno!
O clamor dos homens a buscar!
O bater das asas do pensamento!
Borboletas ocupadas em voar!
Você já parou para ouvir o silêncio!
Marco Cruzeiro
Agora mesmo
Outono de 2015
A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, natureza e atividades ao ar livre

Filêmon e Baucis

Quando o amor é verdadeiro nem o tempo pode com ele! Assim é a história de Filêmon e Baucis dois velhos camponeses da Frígia, que se amavam com comovente devoção!  Os dois viviam felizes em uma cabana nas encosta de uma montanha. Viviam com simplicidade e austeridade devido a pobreza, mas ali viviam satisfeitos desde o casamento pois tinham um ao outro!
Certa vez Zeus e Hermes, disfarçados de mortais, procuravam abrigo durante uma viagem a Frígia. Foram rejeitados e mil lares antes de chegarem a porta do casal.  Lá chegando pediram a hospitalidade, e apesar da pobreza, a hospitalidade foi concedida na forma devida!  Acomodaram os hóspedes em suas próprias cadeiras, lhes serviram um vinho pobre mas que era o que tinham de melhor e lhe deram a comida que prepararam para eles próprios nos momentos de maior fartura, mesmo com a proximidade do inverno. Foram atenciosos e gentis com os Deuses disfarçados de humanos.  Os Deuses gratos pela acolhida delicada e afetuosa, depois de mil casas lhes terem fechado as portas, fizeram com que o vinho se tornasse delicioso e perene na botija e o caldeirão por mais que se refastelacem com a boa comida não esvaziasse.  Os anfitriões desconfiaram da e que estavam na presença de Deuses e resolveram sacrificar o único ganso que tinham em sua homenagem. Mas o Ganso era muito veloz e eles já idosos tinham dificuldade em pega - lo os Deuses disseram que o sacrifício não seria necessário mas que deviam seguir o ganso sem olhar para trás. 
Eles obedeceram os Deuses e seguiram o Ganso com dificuldade encosta acima. Quando chegaram pegaram o Ganso os Deuses deram permissão para que olhassem. O que viram foi o resultado de uma enchente que destruiu tudo ao redor de sua casa. Nada havia sobrado das mil casas que haviam negado hospitalidade aos Deuses. Ante seu olhar perplexo viram sua se transformar em um templo com colunas e chão de mármore e teto de ouro. Os Deuses se prontificaram a atender um pedido do casal, que pediram para servir no templo como sacerdote e sacerdotisa até o dia de sua morte. Pediram também que a morte chegasse para eles ao mesmo tempo, para que não sofressem com a dor da separação. 
E assim foi concedido. Filêmon e Baucis cuidaram do Templo enquanto viveram e, um dia, quando já estavam muito velhos, no momento da morte foram transformados em árvores, um carvalho e uma tília, que crescem lado a lado.

In: Mitos Clássicos (Jenny March)


A Magia está no Ar


A magia está no ar
No fogo em seu olhar
No mar de amar
Nos tesouros da Terra
No topo da montanha
No sopé da serra
E dentro dela
Está no dia claro
Também no escuro
Na noite enluarada
Em alta madrugada
Na estrela matutina
E na luz da alvorada
Está nos campos arados
No trigo plantado,
Germinado e colhido
No fermento e no pão
Está também no coração
Está no Amor as matas
Árvores, flores, ervas e plantas
Está na água dos rios e mares
Nas marés e nos amores
Está na lareira do lar
Ave Hestia no seio da família
Calor e aconchego
Está na mão estendida
E no Amor ao próximo
Mesmo que não próximo
Está no afeto e no afetar
Nos raios dourados do sol
No refrigério da chuva
Nos quatro cantos do universo
Na rosa dos ventos
Na música dos sinos
E das folhas ao vento
Bem como no ruido do tempo
Está ai para quem tem coração de ver
Ouvir, tocar, cheirar e provar
Está no arrepio do pressentimento
Na força que explode como intuição
No encontro de amigos
No beijo correspondido
No rubor nas faces
No sal das lágrimas
E no doce mel do beijo na boca
Na janela que dá pra rua
Na porta dos fundos
No namoro no telhado
No cuidado carinhoso
No desejo incontido
Na razão avassaladora
Na loucura que liberta
No riso de criança
No cheiro forte do café
Na desconfiança e na fé
Está aí pro que der e vier!
A magia está no ar
Dentro e fora de você
por todo lugar
A magia está
MARCO CRUZEIRO

Inverno de 2014


Somos Todos Um


Preciso limpar meu coração
No fogo feroz da estrela,
No fogo que me purifica,
preciso voltar - me para dentro
E calar o tumulto interno
Da cacofonia de vozes que não calam.
Preciso retornar ao lar
Aquietar os pensamentos
Respirar devagar, sentindo:
O ar entrar e sair o ar
Lento e ininterrupto progresso:
Do ar que entra, que sai...
Que sai, que entra...
Sem atropelos de parte à parte.
Estar vivo é respirar
Preciso me lembrar
Do ar que entra
E do ar que sai
Inspirar e expirar
Um movimento de cada vez
O sol nasce
Percorre o céu
E depois se põe
Do leste para o oeste
Progredindo sem desvios
Assim também é a vida
Todo o resto é engano,
Medo e ilusão do Ego.
Preciso redescobrir o caminho,
A trilha segura de volta a casa,
Aquela que sai de mim
Passeia pelo Cosmos
E retorna a fonte,
Ao grão original
A paz e a quietude
De antes do big bang,
Antes da germinação do universo.
Todos somos o mesmo
Somos unos e diversos
Da mesma semente original
Que explodiu e continua a explodir
Por meio de nós diversos universos
Universos por todos os lados.
Aquieta o coração e saiba
Partícula por partícula
Estamos todos integrados
Somos mais do mesmo
Somos todos irmãos.
Marco Cruzeiro
Inverno de 2015


O Escuro

Você conhece o escuro? O escuro mais escuro, o escuro do último momento do solstício de inverno. O escuro imediatamente anteposto aos primeiros vestígios de luz da primavera. O escuro antes do prenúncio de luz. O escuro do quarto escuro sem janelas, sem portas ou frestas. O escuro sólido que quase se pode tocar de tão denso.  O escuro que esmaga ossos,  parte costelas e nos oprime tanto que nos falta o ar. O escuro que arranhamos a superfície para tentar descobrir a luz por baixo dele.  O escuro definitivo, inexpugnável, impenetrável, insondável, incomensurável escuro. Você conhece? Não! Então você nada sabe das luzes da primavera! 

Marco Cruzeiro
Inverno de 2015


Flores Raras

Estamos vivendo uma era onde as flores são e estão cada vez mais raras! Um dia recebemos um jardim de presente da Grande Mãe Cósmica! Um jardim que devíamos cuidar  com atenção meticulosa e apaixonada! E o que estamos fazendo com esse lindo presente?
Quem me dera as flores ainda fossem fartas, tão leves, tão coloridas, sortidas e todas amaras. O jardim definhou, as flores rareando a cada dia! As vezes choro choro xingo,  as vezes grito e suspiro: - Cadê, onde estão as flores? 
Aí me lembro que não escolhi as sementes, ou que não as joguei no campo que não arei, no solo que não adubei,  ou ainda que não aguei  adequadamente o broto!   Então por que maldizer e praguejar quando as flores são raras? Lamentar e praguejar talvez seja menos trabalhoso do que arar o solo e cuidar do campo, mas não gera jardins!
Quem olha o jardim do vizinho quando está pronto, farto em cores, odores e cheio dos sons da vida, não enxerga o tanto de trabalho árduo e cuidadoso despendido para que a exuberância floresça abundante! 
A Deusa nos deu o necessário para cuidarmos do nosso jardim: chão, água, sementes, a força de nossos braços,  a luz do sol  e o frescor das noites orvalhadas.
Nós que escolhemos entre plantar e trabalhar, ou sentar e invejar as raras flores dos vizinhos, praguejando e maldizendo as bênçãos alheias.
Desejo que todos optemos por nos tornarmos agricultores, jardineiros da Grande Mãe Cósmica pra trazermos de volta a glória do jardim recebido pelos nossos antepassados, que a nossa herança para as gerações futuras seja pródiga!  Então desejo a todos nós em que saibamos escolher as sementes com atenção meticulosa, que preparemos o solo  com amor e fé inabalável e que irriguemos com o nosso suor diário,  para que a nossa colheita seja exuberante e que as flores raras sejam fartas nos jardins da Grande Mãe Cósmica!  Que assim seja e assim se faça! BLESSED BE! ✨ ✨ ✨







terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

La Luna y la Tierra

Oh a Lua! Inspiras os ardores namorados,
moves as mares e despertas os encantados!
Lua tua és divina desde remotos primórdios!
Te cultuavam os povos pagãos enlevados!

Porque Lua, tu és como é a vida reproduzida!
Ou a vida é que é reproduzida como tu és!
Lua nova, nada no céu escuro, és promessa!
Lua crescente, vida nova que do vazio surge!
Lua Cheia, vida plena maternagem e abundancia!
Lua minguante, porque tudo que nasce fenece!
De novo Lua nova, tempo de se reelaborar!

Este é o ciclo da Lua encantada!
Este é o ciclo da roda da vida!
Da morte desconhecido inverno,
surge a primavera rica em potencia,
plena no verão que fenece no outono!
Para se decompor no frio inverno!
Num ciclo sem fim, a Roda do Ano!

Celebremos a noite, linda, enluarada:
com belas danças e doces bebidas,
com comidas saborosas e grandes fogueiras,
com libações e oferendas valiosas!
Para cultuar os antepassados e sua memoria,
para proteger nossas sementes plantadas,
Para agradecer a abundante colheita
daquilo que plantamos e cuidamos dia à dia!
Para agradecer a Deusa e suas três faces:
a virgem dos inícios promissores,
com toda a vida pela pela frente;
a mulher madura, farta em leite
nos seus seios de mãe que nutre a prole;
e a matrona, sabia bruxa, mulher de idade
que os segredos da vida, de cor, conhece!

Agradecemos a Grande Mãe Terra:
em seu útero fomos todos gerados,
por seus campos fomos alimentados,
por tuas trilhas fomos todos ensinados
e finalmente quando voltarmos ao teu pó
reciclados, reelaborados e novamente
a germinação das promessas da semente!
Louvada seja a Grande Mãe Cósmica,
em todas as suas múltiplas faces:
es Ella la Luna o la Tierra!

Marco Cruzeiro











segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A Roda da Vida não para de Girar

Assim como as flores, precedem o Verão;
a tarde quente, do dia mais longo, o Outono;
os dias amenizam as folhas fenecem e caem;
os dias ficam mais frios, e o Inverno sobrevém;  
até a noite mais longa e sua intensa escuridão;
indicio das flores e seus amores em retorno!

A vida é assim, um ciclo que nunca se encerra:
Nascimento, crescimento, fenecimento e morte...
O corpo é reciclado e reelaborado pela terra 
e a alma viaja pelo espaço, como um pássaro, livre!
Energia pura que se reintegra ao universo
se reelabora, recicla para um novo ciclo!

Diante da idade, suposta, do universo e seus multiversos
tudo é muito rápido, fugaz e sem paradas programadas
Como dizia o poeta: "o tempo não para não, não para!" 
Ele é carrasco inexorável pra quem dá bobeira e fica parado!
E é presente da Deusa para quem enxerga sua múltiplas,
intermináveis chances de beleza, comunhão e aprendizado!

É preciso estar atento: de olhos bem abertos,
papilas gustativas apostas, olfato bem apurado,
toda a pele eletrizada e a intuição de prontidão;
para enxergar os sinais e as sincronicidades, 
o raros encontros de coração pra coração,
onde o sagrado se revela em todas a suas cores!

O Amor Universal é a única lei irrevogável!
Faças o que queres, tudo o mais é negociável!
Dê aquilo que pretendes receber em troca,
tudo é permitido dar e receber, se, a ninguém prejudicas! 
Cada ação corresponde a uma reação em sentido a fonte,
com força tríplice: dê amor e espera até que a ti  retorne!
Faça o mal e ele sem demora, três vezes, no retorno te atinge!

Por isso aproveite o dia e suas alegrias,
por isso aproveite o dia em suas tristezas,
por isso aproveite o dia em sua surpresas,
pois como as águas do rio se renovam,
e o rio de hoje não é o mesmo de amanhã,
"Carpem Diem": seja bom e feliz agora
enquanto há tempo, "o tempo não para"
e as vidas fugidias como água evaporam
pra retornar depois num lindo dia de chuva!  

Seja o arco iris de si mesmo
encha o mundo de luz colorida
presentei o amor do universo,
devolva-o com alegria incontida!
Seja doce, gentil e seja grato
a esse presente chamado vida!

O Deus que em mim habita
Saúda o Deus que habita em ti!
Ou simplesmente, Namastê! 
Deixe viver e viva sua vida!
E como deseja a Deusa: Blessed Be!


Marco Cruzeiro



















sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

E pra provar que não falo só de flores

A dor faz parte da vida!
Nem tudo são flores,
nuvens brancas
e céu de brigadeiro.

A dor, na vida,
é oportunidade
de vencer as altas vagas
de um mar tempestuoso.

A dor, na vida, 
pode nos fazer mais fortes
quando curamos feridas
pedindo perdão e perdoando.

Porque, na vida,
também sobrevêm as tempestades!
Nem tudo é claro todo dia!
E a escuridão nos envolve de medo!

Porque assim como há luz, também há trevas!
Todos temos nossos fantasmas e ferocidades!
Somos capazes da franqueza e também da covardia,
da maldade, do auto-flagelo e também do belo!

O mundo não é um delicioso mar de rosas!
E rosas tem espinhos, ainda que assim o fosse!
E mesmo lutando, as vezes vence a paralisia,
a desesperança e a perda de fé no futuro!

Ainda assim continue a nadar,
mesmo contra a corrente forte
o mundo é como uma roda (que não par a de girar):
Primavera, Verão, Outono, Inverno!

Depois da noite mais escura,
no solstício de inverno, sobrevêm
os dias cada vez mais claros que chamam a primavera!
E o mundo refloresce e você respira ar doce e puro!

No desespero mantenha a calma!
Na desesperança mantenha a fé!
No escuro espere a luz do dia,
de dia prepare-se para o escuro!

Blessed Be!

Marco Cruzeiro
sob a inspiração da Deusa!
  

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Santuário















As vezes o caminho é tão bonito:
cheio de cores, sons, texturas e sabores
que a presença da Deusa se revela!
A magia chega a ser palpável aos sentidos!
Estes são santuários belos e raros!
E assim devem ser conservados!
Tire uma fotografia em sua mente!
E conserve-a sempre em seu coração
Junto a Grande Mãe Cósmica!
Memorize bem cada detalhe:
os palpáveis e os espirituais!
Guarde a sensação boa e gostosa
de arrepio, reverência e aconchego!

Sempre que no seu caminho
as pedras e os espinhos 
ferirem seus pés descalços,
sempre que vierem os percalços
e você acreditar que não pode continuar!
Para!
Acalma tua mente e procura
dentro do teu coração a imagem
do santuário da Grande Mãe Cósmica
relembre com todos os sentidos
relembre com a sua essência
cada detalhe mágico e único
de arrepio, reverência e aconchego!
Gaia se regozijará com tua presença!
Lá você estará seguro e poderá se refazer!

Então quando estiver pronto
recomeça teu caminho
e lembre-se sempre que precisar
você terá este porto seguro,
este refúgio, este santuário
para recorrer nas horas adversas
quando as sombras te revelarem
pessoas escuras e perversas,
os caminhos duvidosos,
sempre que as energias forem sombrias,
sempre que a mentira tente te convencer
de que és aquilo que não precisas ser!
Não te contamines pelo lixo alheio!
Volta-te para a Grande Mãe e peça:
Santuário!

Lá nada de mau pode te atingir!
Respira fundo e te revigora nas águas  
placidas e reparadoras da Grande Mãe,
purifica-te no teu fogo sagrado,
respira teu perfume e partilha tua mesa!
Firma teus pés descalços na Terra
e te recarrega das energias protetoras!
E então segue adiante, sem medo,
porque a centelha divina é contigo
e você é parte desta centelha
que habita o coração
de toda a infinita criação!

Vá em Paz, Amor e Harmonia!
Paz de Espirito porque te conheces!
Amor Universal, porque somos unos e diversos!
Harmonizada com os irmão e irmãs da criação!
Do útero da Grande Mãe viemos,
Para lá um dia retornaremos
e reciclados mais uma vez seremos!
Este é a eterna roda da vida!
Não te paralises no caminho!
Aproveite a Jornada!  

Marco Cruzeiro   

A BELEZA ESTÁ NOS OLHOS DE QUEM VÊ

A beleza é relativa aos olhos de quem vê!
Podem existir consenso e dissensos sobre!
O belo pode estar na visão de uma só parte, 
ou na integração perfeita das peças do xadrez!

Uma Flor é todo um universo completo,
assim como cada parte é um complexo!
Podemos olhar de perto, muito perto!
Ou bem longe, nos confins do universo! 

De fato há beleza em tudo e todos!
Basta estar disposto a procurar o belo!
Procurando você vai encontrar o belo
até dentro de um grão de areia no deserto!

É preciso estar atento e aberto

Para enxergar a beleza do concreto,
a linda exuberância do abstrato
e as surpresas do nosso caminho!

É preciso estar ciente de que tudo,

tudo mesmo é lindo e impermanente!
A beleza de o mundo ser efêmero
nos alerta: atenção ao presente!

O momento deste instante

é um presente dos Deuses!
Sejamos gratos ao presente
sorvendo cada oportunidade!

O homem decaído aos nossos pés

é uma oportunidade de caridade!
Nosso status em plena queda livre
é uma valiosa lição de humildade!

A beleza do mundo está nos olhos de quem vê!

Por isso, volte-se para o belo e "Carpe diem"!
Abra bem os seus sentidos para aproveitar a vida!
Porque ela, passa rápido demais, é efêmera:

Como flor e como a dor,

como o fugidio tempo do amor,
como a praia e a montanha,
como o lar numa cabana,
como a cruz e a espada,
como o vazio do todo
e a densidade do nada!
Como o enganoso brilho
no céu das estrelas mortas!
Como o doce do beijo roubado,
naquele instante eterno!
Como seu reflexo nos olhos da amada
na hora da pequena morte, do gozo...
e a lista não termina
é infinita enquanto dura!
Portanto, meu efêmero jovem
opte pelo belo no que vê e sente:
"Carpe diem, Carpe diem ... Carpe diem"!

Marco Cruzeiro