quinta-feira, 22 de novembro de 2018

A noite nas fogueiras

A noite nas fogueiras

Tenho uma estória pra lhes contar
Que também podia ser uma música
Ou ainda uma cantilena de ninar!
Que sabe seria sobre o amor
Talvez quem sabe de terror
Ou ainda um verso sobre a dor!

Só sei que tenho uma estória pra lhes contar
Ela fala da música da brisa do mundo
Ela fala das flores e dos amantes
Fala da traição e da dor  do espinho
Fala da Honra entre todos, iguais!
Fala da soberba e também da cobiça!

Nesta estória que tenho que contar
Muitos se fazem de palhaços surdos,
Outros tantos gritam por solidariedade,
Alguns poucos sabotam na surdina,
Uns se julgam mais do que seus iguais
E outros só ouvem a "Verdade" do culto!

Sei que tenho uma estória pra lhes contar
Ela é tão longa que não sei como começar
Talvez pelos ateus que na hora da ação
São mais cristãos do que o senhor cristão!
Talvez pelos oligarcas escravistas de agora,
De amanhã e também os de outrora!

Não sei, que sabe comece pelo princípio
Ou talvez comece,apresado, pelo epílogo!
Só sei que o cenário é um campo de batalha
Entre os que buscam paz e solidariedade
E os que desejam a fruição dos seus prazeres,
Mesmo que pratiquem o fraticido como quem mata baratas!

Tenho uma estória pra lhes contar
Que podia ser dividida em milhares
Tenho uma estória pra lhes contar
E talvez comece pelos militares militantes
Fascistas que descrimina e que mata
Que tortura e impõe o terror e manda

Tenho uma estória pra lhes "contá"
Pode ser de resistência
Daqueles que amam seus iguais:
O pássaro, a pedra ... os seres naturais!
Resistência linda e estoica,
Mas triste como a dos trezentos de esperta!

Tenho uma estória pra lhes "falá"
Só nos romances o amor vence no final
Na dureza  nua e crua da vida real
Só a luta e a unidade no diverso salva
Uma vez contei está estória como drama
Milhões de vezes depois como farsa.

É preciso aprender com as estórias
Assim como aprendiam nossos ancestrais
Reunidos em círculos como iguais
Na noite escura a luz das fogueiras
Olhos nos olhos partilhando sal e pão
Olhos nos olhos dividindo sonhos e coração!

Aí que saudade da fogueira da partilha
Aí que vontade de reedita-las revisitadas!
Mas precisamos cavar trincheiras
Erguer novas  e mais altas barricadas
Avante companheiros vamos às armas
Porquê é preciso lutar pelo que se ama!

Liberdade, igualdade e fraternidade
Foram signos de uma luta que encerrava uma promessa
Promessa que não se realizou para todos!
Respeito, amor e unidade na diversidade
É  a luta a ser travada aqui e agora
Pelo fim dos privilégios e dos privilegiados!

Tenho uma estória pra lhes contar
Tenho uma música pra lhes cantar
Elas como nas fábulas no final tem uma moral:
O amor solidário e universal
Está  por ser construído,
Mas também pelo ódio e deruído

Entre  avanços e retrocessos,
Tantas idas e vindas,
A vida continua borbulhando
Inúmeras possibilidades de caminho!
E você  que estória vai nos contar
A noite sentado nas fogueiras?

Marcão


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