A pior cegueira não é a do ditado popular:
"O pior cego é aquele que não quer ver!"
Não é tão pouco a cegueira congênita,
muito menos a adquirida por doença
e/ou ainda aquela causada por acidente!
A alma cega é definitivamente a pior cegueira!
Porque ela destrói o que há de bom em nós
e nos transforma em pedras insensíveis aos poucos!
Ela começa secando nossas lágrimas de empatia!
Nossos olhos deixam de ser lavados e ressecam!
E como os olhos são as janelas de nossa Alma,
aos poucos também os olhos se enrijecessem
até ficarem vítreos em nossos interesses egoístas!
A dor do outro e as belezas dos gestos de afeto,
assim como a compaixão, aos poucos desaparecem!
Com olhos vidrados no espelho de nós mesmo
O coração que é o Lar da Centelha Divina,
que espalha por nosso corpo todo o calor
do amor pelos outros e pelas criaturas
vai perdendo a capacidade de manter acessa a chama
e também se enrijecesse até se tornar pedra!
Sem a seiva do Amor incondicional,
que a Alma em nosso coração elabora,
continuamente e inexoravelmente
todo o corpo enrijece até virar pedra!
A cegueira da alma transforma homens em pedra!
Homens duros como rocha na luta por seus prazeres,
por suas próprias afluições e capazes de atropelar
a todos e a qualquer coisa que esteja no caminho!
Tamanha é a sua avidez que nada mais importa!
Nem percebem que estão se solidificando
Perdendo a visão da Alma perdem o melhor da vida!
Porque, como pedras de egocentrismos concentrado,
perdem: o tato para os contatos íntimos e carinhosos,
não têm sensibilidade da grama sob seus pés descalços,
da água fria da praia não sabem do arrepio gostoso!
Perdem a capacidade de sentir o perfume das flores,
De ouvir no silêncio os sons do mundo e do universo!
Já não há poesia declamada em suas bocas ressequidas,
nem preces, orações, canções ou mesmo louvores
em agradecimento as pequena e grandes conquistas,
as novas descobertas, aos novos encontros de sincronicidade:
que nos impulsionam como foguetes a seguir adiante
em nossa jornada espiritual, nessa breve passagem!
Pobres criaturas que perderam a visão da alma
Elas compõe a selva de pedra como anões de jardim,
como vítimas da própria medusa interior.
Elas ficam no caminho como aviso dos perigos do ego:
(em um mundo de incessante impermanência
do começo ao fim e do fim ao recomeço...)
quem vai com sede demais ao pote de ouro
jamais conseguirá chegar ao fim do arco-iris!
Marco Antonio da Silva Cruzeiro
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